domingo, 23 de maio de 2010

Suzlon produzirá turbina eólica nacional a custo asiático

Líder no mercado brasileiro de fornecimento de turbinas e aerogeradores eólicos com 45% de market share e a terceira maior do mundo, a indiana Suzlon anunciou que começará a produzir equipamentos no Brasil a partir de 2011.
De passagem pelo Brasil, o fundador e CEO mundial da companhia, Tulsi Tanti, conversou com exclusividade com a reportagem do Jornal da Energia. De acordo com o indiano, a decisão de implantar uma fábrica no País visa manter a posição de liderança da empresa no mercado brasileiro, que hoje conta com 380MW de turbinas instaladas por aqui.
“Vamos trazer a tecnologia alemã e o custo de produção indiano e chinês”, explicou. Ele estima que, com a nova planta fabril, será possível reduzir em 20% o preço das máquinas que a empresa traz para o País atualmente. A expectativa de crescimento da empresa no Brasil, segundo Tanti, é da ordem de 25% ao ano no período de 2011 a 2016.
Um investidor conta que os equipamentos da Suzlon, apesar de serem importados da Ásia, são mais competitivos que aqueles produzidos por empresas instaladas no Brasil, como a Impsa e a Wobben. “Eles ficarão muito mais competitivos com a fábrica aqui. Preço eles têm. Só falta oferecer uma boa assistência técnica. E isso deve acontecer com a chegada deles”, avalia.
A localização do parque fabril será definido dentro dos próximos dois meses. Por enquanto, sabe-se apenas que a indústria ficará no Estado do Ceará, onde a multinacional já possui escritório desde 2007. O governador cearense Cid Gomes se reuniu com o CEO da Suzlon e firmou um protocolo de intenções e se comprometeu a criar algum curso para qualificar a mão-de-obra local. Cerca de 300 empregos devem ser criados com a chegada da fábrica.
Tanti preferiu não estimar o montante necessário de investimento para a instalação da planta, pois, segundo ele, este valor depende diretamente do local a ser escolhido. A fábrica brasileira se juntará às outras unidades da fornecedora, que estão na Índia, China, Alemanha, Bélgica e Estados Unidos.
O executivo afirma que a presença da Suzlon no Brasil poderá também abrir portas na América do Sul. “Estamos muito interessados nos mercados argentino e chileno”, diz. Tanti ressalta que o setor eólico brasileiro ainda é muito incipiente e que a oportunidade para a companhia está justamente nisso. “Há uma grande possibilidade de expansão eólica. O Brasil vai continuar construindo hidrelétricas, mas a fonte eólica é complementar”, opina.
Fonte: Jornal da Energia 21/5

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