O parque eólico de Cerro Chato, em Sant´Ana do Livramento, no Rio Grande do Sul, atuamente é o centro das atenções da Eletrosul quando se fala em energia eólica. A planta, que teve as obras iniciadas em dezembro e somará 90MW de capacidade instalada, foi viabilizado no primeiro leilão realizado pelo governo para a fonte, em dezembro de 2009. A área da usina é, também, onde a companhia aposta para aumentar sua participação na geração de energia através dos ventos. Já está pronto um projeto para a expansão do complexo, com a construção de outros 42MW.
O empreendimento de expansão chegou a participar dos últimos leilões, de fontes alternativas e de energia de reserva, mas não conseguiu vender energia devido aos altos deságios na licitação. Agora, a Eletrosul trabalha em otimizações para inscrever novamente o projeto no próximo certame de energia do governo.
Na licitação de 2009, a usina de Cerro Chato ofereceu o menor preço, tornando-se, na época, a mais barata do País, com energia comercializada a R$131 por MWh. "Havia um estudo muito bem desenvolvido ao longo de cinco anos anteriores e conseguiu-se negociar bem os preços de aerogeradores e obras civis, o que permitiu esse lance", explica Airton Argemiro Silveira, assessor da diretoria de Engenharia da Eletrosul. O parque eólico é construído em parceria com a Wobben Enercon, que, além de fornecer as turbinas eólicas, detém 10% do negócio.
"Temos prospectados outros projetos. Estamos tentando aprimorar e otimizar esses 42MW. E temos outros projetos no Rio Grande do Sul que estamos prospectando com vistas a chegar em condições de deixá-los competitivos", revela o técnico. De acordo com Silveira, esses empreendimentos devem estar prontos para disputar os leilões que venham a ser promovidos em 2012. Isso, porém, ainda dependerá de condições a serem estabelecidas, como preço-teto para as licitações. "Temos que fazer um trabalho muito forte. Isso demanda tempo, porque está tudo em cima da medição de vento. Ter confiabilidade nas medições é o grande senão para você apresentar um bom bid (lance no leilão)", pondera o assessor.
O técnico prefere não arriscar previsões sobre os patamares de preço que devem ser adotados nos próximos leilões. Ele assume, porém, que os projetos na região Nordeste têm algumas vantagens competitivas nas licitações. "Os ventos da região e as condições de incentivo, como financiamento e condições fiscais e tributárias, fazem com que as usinas sejam mais atrativas. Naquele leilão (de 2009), contamos com a vantagem de um trabalho desenvolvido ao longo de cinco anos".
Fonte: Jornal da Energia 18/01
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