domingo, 20 de fevereiro de 2011

IPT vai construir usina de cana para testar novo processo de geração de energia

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) apresentou ao ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o projeto para a construção de uma usina de processamento de cana-de-açúcar que vai utilizar um novo método para aproveitamento do bagaço de cana. O objetivo é a transformação da biomassa em gás de síntese, que pode ser utilizado para a geração de energia elétrica ou mesmo na produção de produtos químicos e combustíveis líquidos. O processo apresenta maior eficiência do que o utilizado atualmente nas termelétricas a biomassa.
O Jornal da Energia apurou, junto a um dos técnicos envolvidos no projeto, que a eficiência do processo de geração de energia pela biomassa poderia passar da atual, entre 25% e 28%, para algo em torno de 40%. Com a usina, o IPT quer testar a viabilidade econômica da utilização dessa tecnologia em escala industrial. O processo já é conhecido desde meados dos anos 90, mas ainda existe dificuldade para produzir o gás de síntese com qualidade e custos atrativos. Os pesquisadores trabalham com a ideia de tornar o processo aplicável comercialmente em até cinco anos.
Para Zilmar de Souza, assessor de bioeletricidade da União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica), "qualquer avanço em tecnologia que possa aumentar a eficiência energética é bem vindo". Ele lembra ainda que a gaseificação permite ao empreendedor escolher em qual subproduto investir: energia, biocombustível ou produtos químicos, como o plástico verde. "Não necessariamente o gás de síntese vai se destinar à energia elétrica", esclarece. O assessor, porém, destaca que a solução pode levar mais rentabilidade ao setor, aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de carbono.
Na primeira fase do projeto, que terá três anos a partir da liberação de recursos, serão investidos R$ 80 milhões, dos quais R$ 54 milhões serão provenientes do governo federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da FINEP, agência financiadora do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Os demais recursos virão de empresas parceiras e de contrapartidas do governo do Estado de São Paulo, IPT e USP. Na segunda fase, serão investidos mais R$ 30 milhões no desenvolvimento de pesquisa, totalizando em R$ 110 milhões os recursos do projeto.
Fonte: Jornal da Energia 15/02

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