sexta-feira, 8 de julho de 2011

Abeeólica vê preço em queda, e diz que especialistas já falam em parques por R$110/MWh no leilão

Estimar o preço da tarifa de energia em leilões que envolvem usinas eólicas não tem sido aposta das mais simples. Entra e sai certame, agentes deixam o prédio da licitação surpresos pelos patamares cada vez mais baixos atingidos pela fonte, que negociou energia a uma média de R$133 por MWh no ano passado. Mas, se depender da sinalização do diretor da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Pedro Cavalcanti, os valores praticados no mês que vem podem ir novamente na contramão da expectativa de muitos players do setor.
“Ainda estamos vivendo um processo de queda do preço. E alguns analistas falam que pode baixar para até R$110 por MWh. Até onde vai? Não sei, ainda estamos aprendendo”, analisou o responsável pelas regiões Norte e Nordeste da associação em conversa com o Jornal da Energia em Fortaleza, Ceará, onde participou do All About Energy 2011.
A imprevisibilidade do preço é tida, também, como uma das principais razões para a Abeeólica levantar a bandeira dos leilões exclusivos. Para Cavalcanti, a fonte vive um processo tão novo que ainda precisaria de até uma década de licitações sem concorrência de outros insumos para se consolidar no país.
O especialista lembra ainda que mal há um sistema padronizado para os licenciamentos ambientais – no Ceará, por exemplo, a autarquia estadual criou uma Licença Prévia de Leilão (LPL) para facilitar o processo de inscrição nos certames, mas a medida não foi aceita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o que fez o Estado alterar as regras às vésperas do cadastramento. Ele também aponta que os primeiros parques licitados em 2009 estão entrando em funcionamento agora, o que permitirá uma melhor análise dos preços praticados.
“Os empreendedores estão mais profissionais. Estão aprendendo na prática, estruturando melhor os projetos", destaca o executivo. Sobre a participação conjunta das térmicas a gás no leilão, Cavalcanti diz ser muito difícil imaginar como a disputa se dará, mas ressalta que o trabalho das eólicas tem sido intenso, cotando equipamentos com diversos fornecedores e redobrando os esforços para se tornarem cada vez mais competitivas.
Caso se confirme essa indicação – informal, diga-se – da Abeeólica, o preço dos novos parques seria praticamente um terço dos praticados no Proinfa. Conforme lembrou Cavalcanti durante sua apresentação no evento, a média das plantas à época do programa de incentivo era de R$295 por MWh. Nos três últimos leilões, fica em torno de R$147 por MWh.
Também no All About Energy, em Fortaleza, Ceará, alguns dos principais nomes do setor de energia eólica falaram sobre o leilão do mês de agosto. Confira:
Fonte: Jornal da Energia 08/07

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