O Brasil tem, hoje, seis milhões de metros quadrados de área acumulada de aquecedores solares instalados. Este número equivalente a 750 campos de futebol, gerando quatro mil MWt/h de energia térmica. Ou, ainda, equivalente ao dobro da capacidade das Usinas Nucleares Angra I e II somadas. De acordo com Marcelo Mesquita, gestor do Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA (Dasol), em 2015, o país deverá chegar aos 15 milhões de metros quadrados de coletores, caso se mantenham os atuais índices de crescimento do setor.
Em entrevista ao AECweb, ele lembra que a China detém 50% do parque de solar instalado no mundo, enquanto que, apesar do crescimento, o Brasil não passa de 7%. Mesquita fala sobre o comportamento do mercado imobiliário que já utiliza como argumento de vendas, e com ótimo resultado, a instalação de coletores nos edifícios. E denuncia as soluções importadas – ‘ching ling’ – que custam menos e duram pouco.
O crescimento da produção de sistemas de aquecimento solar de água na última década foi de, em média, 15%. Saltou para 18,9% em 2009 e para 21,1% em 2010, com um milhão de metros quadrados produzidos, empregando 30 mil funcionários. De 1982 – quando tem início a história do setor aqui – até o momento, temos no Brasil seis milhões de metros quadrados de coletores instalados. Caso esses índices de crescimento se mantenham, a projeção é de que em 2015, chegaremos a 15 milhões de metros quadrados, ou seja, 1,5 vezes o volume atual. A previsão faz parte do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, com base no relatório do Ministério de Minas e Energia intitulado ‘Plano de Ação Para Incentivo ao Uso de Aquecimento Solar de Água no Brasil’.
Mesquita ainda ressalta que mesmo com o crescimento as fábricas estão operando na capacidade. “Hoje, a indústria está atendendo com folga, trabalhando num turno normal de 8 horas. Caso o crescimento do mercado exija, ainda há a possibilidade de abrir novos turnos de trabalho para aumentar a produção”.
Referências para o mercado
A Alemanha continua sendo referência em aquecimento solar. Os coletores brasileiros não ficam atrás em qualidade, e por terem o selo do Inmetro se equiparam aos melhores do mundo. Exportamos para Argentina, México, Espanha, Portugal e África do Sul.
Para se consolidar o Brasil ainda precisa viabilizar novas formas de adquirir matéria prima. “Não temos tido problemas de atrasos no fornecimento das principais matérias-primas, alumínio e cobre. O setor tem uma forte dependência do cobre importado do Chile, o que é complicado quando aquele país é afetado por fenômenos como terremotos. A indústria nacional vem gradualmente estudando formas mais interessantes de uso do cobre, que é nobre e caro, mas garante ao coletor uma eficiência maior do que o alumínio”, afirma Mesquita.
Fonte: Portal HVAC-R / Boletim APS
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