sexta-feira, 2 de março de 2012

Equatorial se prepara para cenário com maior oferta de gás no País

A Equatorial Energia acredita que o leilão A-3 de abril não terá usinas a gás natural, mas ainda assim pretende apostar fichas na fonte. Na semana passada, o conselho de administração da companhia aprovou a compra, por R$3,4 milhões, de um projeto de complexo termelétrico no Espírito Santo.
Para a companhia, o empreendimento de 600MW, ainda em fase de desenvolvimento, é uma chance de ganhos futuros maiores. O diretor de relações com investidores da empresa, Eduardo Hayama, afirma que a percpeção tem sido de que, quanto mais adiantado ou próximo de ter um contrato de venda de energia assinado, mais caro fica um projeto para aquisição.
"Em um cenário de possível abundância de gás, é um tipo de projeto que faz sentido pelo menos ter. Se vamos desenvolver, é outros quinhentos. No dia em que surgir uma oportunidade, vamos fazer a conta e ver se vamos ou não desenvolver. O que não gostaríamos é de estar em um estado em que existe gás disponível e, por não termos nenhum tipo de portfólio em mãos, não podermos participar e ser competitivos no processo", detalha o executivo, que participou de teleconferência com analistas de mercado.
Para Hayama, vendedores de usinas estavam cobrando "um prêmio muito grande" pelos projetos, o que explica a preocupação. "Essa aquisição, que é um projeto, não tem efetivamente nada, está sendo nessa linha. De ter a opção de desenvolver meio que do início e aí sim capturar a maior parte do ganho em si, do retorno".
O diretor da Equatorial, porém, adianta que a empresa não tem visto um bom cenário nos leilões de contratação promvidos pelo governo - devido aos preços baixos - e nem no mercado livre, que enfrenta sobras de energia. E, até por isso, a empresa decidiu começar sem pressa a escalada em geração. "Nosso objetivo é estarmos prontos, colocar no portfólio para desenvolver no futuro, quando acharmos que faz sentido econômico".
Nesse caminho, a companhia não desprezará oportunidades em nenhuma fonte, de acordo com o executivo. O gás, ainda assim, é visto como de forte potencial. "O Brasil tem um potencial muito grande para essa parte da matriz. Da forma como ele vem desenvolvendo hidrelétricas sem reservatório e eólicas, que não têm nenhuma garantia física efetiva de gerar de forma confiável, ele vai depender de térmicas", analisa.
Nas prospecções, Hayama salienta que o objetivo são ativos em distribuição e geração e afirma que "o mercado secundário continua aquecido". Segundo o diretor de RI, muitos negócios "continuam batendo na porta" da empresa, que tem analisado os possíveis investimentos.
A Equatorial Energia controla a distribuidora Cemar, que atua no Maranhão, e possui participação em termelétricas e na comercializadora Solenergias.
Fonte: Jornal da Energia 28/02

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