Há muitos anos atrás, ainda criança, me lembro de ler uma historinha do Professor Pardal em que ele havia criado uma máquina que transformava ruído em música. Hoje entendo que seria uma forma de controle ativo de ruído, só que naquele caso o controle era por meio da transformação do ruído em música.
O controle ativo de ruído já é utilizado de forma até corriqueira em alguns fones de ouvidos, fazendo o cancelamento de alguns ruídos urbanos.
Sendo o som uma variação de pressão sonora, isso provoca uma variação da temperatura no local quando da passagem da onda sonora. Pensando nessa variação de temperatura, que é ínfima em condições normais, já existe tecnologia para criar compressores termoacústicos para uso em sistemas de refrigeração. Essa tecnologia também é estudada aqui no Brasil na Universidade Federal de Santa Catarina.
Seguindo o caminho da sustentabilidade, um grupo de estudantes de Engenharia Ambiental de Minas Gerais está desenvolvendo um sistema para transformar o ruído da torcida de um jogo de futebol em energia elétrica. Mais uma possibilidade de gerar energia limpa. Se der certo podemos imaginar várias aplicações dessa nova forma de conversão de energia.
Projeto quer transformar barulho de torcidas em energia sustentável
PROTÓTIPO DESENVOLVIDO POR ESTUDANTES DE MINAS GERAIS CAPTARIA RUÍDOS FEITOS NAS ARQUIBANCADAS E GERARIA ELETRICIDADE PARA ABASTECER ESTÁDIOS
Um grupo de estudantes de Minas Gerais desenvolveu um projeto capaz de transformar o barulho que as torcidas fazem nos estádios em energia sustentável, sem causar impactos ambientais.
A energia proveniente do som das arquibancadas seria captada por receptores revestidos por uma manta, que vibraria ao entrar em contato com as ondas sonoras, gerando eletricidade. Através dos próprios receptores, a energia elétrica sairia para alimentar diversos setores dos estádios, como corredores e banheiros.
- Você pode abastecer um celular sem a necessidade de ter uma tomada à disposição – explica o professor de Engenharia Carlos Barreira Martinez.
- Eu acho que essa energia pode transformar o mundo porque não causa muitos impactos – diz a estudante de Engenharia Ambiental Carla de Campos.
De acordo com o projeto, o nível de ruído necessário para produzir energia é entre 90 e 100 decibéis. A medição do barulho feito por 15 mil torcedores no estádio Independência, cuja capacidade é de 23 mil, atingiu a média esperada.
Uma das ideias dos estudantes é estimular a produção de eletricidade ao usar painéis mostrando qual torcida é a mais animada durantes as partidas.
Os estudantes estão em busca de verba para financiar a construção do protótipo e colocar o projeto em prática. Eles acreditam que a ideia poderia ser utilizada nos estádios que vão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.
- Os olhos de todo o mundo estão voltados para o Brasil. Com certeza esse seria um passo muito grande – analisa Carla.
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PUBLICADO EM 31 DE OUTUBRO DE 2012
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