SÃO PAULO – A Itaipu Binacional iniciará um estudo de viabilidade técnica e econômica do projeto “Green Silicon”, que busca o domínio da tecnologia de industrialização do silício e a implantação, no Brasil e Paraguai, da cadeia de componentes para produção de energia fotovoltaica. O estudo será realizado em convênio com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e o governo estadual.
A energia fotovoltaica é obtida a partir da irradiação solar, captada por células constituídas de silício metalúrgico processado. O convênio, assinado quarta-feira (7), em Foz do Iguaçu, envolve o Senai no Paraná, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e os Parques Tecnológicos da Itaipu do Brasil e do Paraguai.
“Temos abundância do quartzo, mineral do qual se produz o silício, e um clima favorável, com sol constante de norte a sul. Mas precisamos adquirir mais conhecimento e criar um ambiente favorável para produzirmos, no Brasil e Paraguai, os painéis solares”, disse o presidente da Fiep, Edson Campagnolo.
Campagnolo afirmou que a energia fotovoltaica é uma realidade em vários países. “Aqui em Foz do Iguaçu demos um grande passo, ao iniciar o estudo de viabilidade."
O projeto “Green Silicon” pretende dar melhor aproveitamento ao quartzo – que hoje é exportado in natura –, usar a energia fornecida por Itaipu para industrializar o silício, ampliando a oferta de energia renovável ao setor produtivo e aos consumidores em geral do Brasil e do Paraguai.
Para o diretor geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, a parceria com o governo do Estado e a Fiep é fundamental para viabilizar esse projeto, que segundo ele colocará o Brasil no mapa mundial da energia fotovoltaica.
“A presença do governo dá ao projeto o caráter de política pública”, afirmou Samek. “A decisão do presidente da Fiep, Edson Campagnolo, de aderir à ideia, é estratégica e fundamental, pois revela a percepção do setor industrial sobre a importância de o Brasil entrar nessa rota. Isso é fundamental para atrair investimentos privados em todos os segmentos da cadeia, desde a mineração até a industrialização do silício”, ressaltou.
O secretário da Ciência e Tecnologia, Alípio Leal, acredita que a iniciativa permitirá fornecer silício industrializado para o mundo. “O Green Silicon é muito promissor. Temos mineral, energia e competência para criar a cadeia produtiva do silício”. O projeto é uma nova ação do programa Smart Energy Paraná, que tem por finalidade detectar o potencial energético do Estado e desenvolver novos projetos.
O superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley, explicou que já foi formado um comitê gestor composto por representantes das três partes. “Dentro de 30 dias, será feita a chamada pública internacional para contratação de consultores que irão atuar no projeto”, informou.
Segundo o gerente de Novas Tecnologias do Senai no Paraná, Reinaldo Tockus, a tecnologia fotovoltaica é um meio eficaz e seguro para o País realizar a geração distribuída de energia elétrica. “Isso quer dizer que as indústrias terão independência, podendo gerar a energia necessária para seus processos de produção.”
Tockus informa que, paralelamente ao estudo de viabilidade técnica e econômica, serão estabelecidos polos de conhecimento e tecnologia fotovoltaica nos Parques Tecnológicos de Itaipu, nos dois lados do rio Paraná, e no Senai. “O objetivo, além do domínio das tecnologias da cadeia fotovoltaico, oferecer o suporte tecnológico necessário às indústrias, de forma a ampliar a oferta de energia renovável nos processos produtivos, reduzir custos e aumentar a competitividade nacional e no mercado mundial”, disse ele.
Fonte: DCI 09/11
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