A cadeia de energia eólica está reunindo os pleitos setoriais com o objetivo de traçar as diretrizes para a expansão da fonte, o que inclui analisar as novas perspectivas diante do cenário pós-Medida Provisória 579, que trata da renovação das concessões de energia elétrica vincendas até 2017. “Eu diria que as próprias empresas que receberão recursos por indenização, deverão reinvestir esses montantes, sendo que aí temos uma grande oportunidade para o setor eólico”, analisou a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo.
“É uma fase de desafios, por conta da MP579 e destas novas regras que os fabricantes que poderão elevar os custos fabricantes, mas vemos, por exemplo, boas oportunidades no mercado livre de energia”, analisou o presidente da Renova Energia, Mathias Becker ao participar da quarta edição do Fórum Nacional Eólico - Carta dos Ventos, que acontece em Salvador. “Temos aí uma gama de 11GW em consumidores especiais que poderíamos atender”, reforçou a presidente da Abeeólica ao acrescentar que mesmo com a queda da tarifa, a eólica ainda garante sua competitividade no mercado.
Apesar dos agentes enxergarem oportunidades dentro da nova realidade do setor de energia, durante o encontro, eles deve listar uma série de pleitos que, a serem solucionados, devem contribuir com o avanço da eólica no Brasil. “Uma melhor logística, tanto do transporte de equipamentos, quanto da transmissão dessa energia”, citou Elbia.
Ela se refere à carência do país em ter outras alternativas de transporte, como o ferroviário e a cabotagem, além do problema que o setor tem enfrentado com o atraso na construção dos sistemas de transmissão para os parques. “Nesse caso, precisaríamos rever a questão do time, pensando mais no planejamento dessa transmissão, como na ideia de termos bacias de vento”, disse.
Outro ponto que os especialistas tocaram foi a questão Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), usado hoje apenas pelas hidrelétricas, mas que para os agentes eólicos poderia incluir as usinas a vento. “Ele é importante para a fonte eólica”, concordou o presidente da Renova. Para os profissionais a inclusão seria importante para como um mecanismo de realocação entre as duas fontes, considerando a complementaridade das duas para mitigar os riscos na matriz.
Já a executiva da Abeeólica lembrou ainda de questões como os licenciamentos ambientais, que poderiam ser solucionados com aprovação, pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de uma resolução que padronizaria os procedimentos em todo o país. “Nela seriam definidos os prazos para aprovação de projetos e em que situações seria necessário o EIA Rima, por exemplo”, explicou.
Mas o setor eólico ainda deve reunir outros pleitos os quais quer solucionar a partir de 2013, como a dinâmica a dinâmica dos próprios leilões, endo que seria importante para a cadeia eólica, uma sinalização de longo prazo, vem como de um melhor detalhamento em relação as garantias financeiras. “Também gostaríamos de estender o benefício do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)”, citou a Elbia sobre o incentivo que o setor teria garantido até 2015.
Todos estes pleitos deverão ser discutidos em Salvador, para serem listados na revisão da Carta dos Ventos, uma reflexão que trará as propostas para o setor eólico a partir de 2013. O documento deve trazer pontos como as linhas de financiamento para o setor e necessidade de mecanismos para melhoria da capacitação da mão de obra, entre outros.
Fonte: Jornal da Energia 12/11
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