Os dejetos suínos sempre foram considerados grandes fontes de poluição, mas agora podem se transformar em riqueza. Um projeto tocado em parceria entre a Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Itaipu Binacional, Universidade Federal do Paraná e a Copel – Companhia Paranaense de Energia – desenvolve tecnologia para transformar o gás metano proveniente dos dejetos dos animais em energia elétrica. Além de diminuir a emissão de poluentes na atmosfera, a iniciativa pode gerar renda extra ao produtor, já que o excedente de energia não utilizada diretamente poderá ser vendido no mercado.
A captação e transformação do metano em gás carbônico – cerca de 20 vezes menos poluente – através de sua queima não é novidade na suinocultura. Cerca de dois mil produtores brasileiros já contam com biodigestores nas suas propriedades. A relevância do projeto está no desenvolvimento de uma tecnologia economicamente viável para, a partir da queima do gás, gerar eletricidade e distribuí-la na rede elétrica.
A iniciativa é encarada de maneira estratégica para Itaipu Binacional, uma vez que a usina é vizinha próxima da região de maior produção suína do país. “Além de limpar os afluentes, cuja poluição poderia comprometer a geração da usina, a auto-sustentabilidade elétrica da região libera a geradora para destinar sua produção para regiões mais distantes”, diz João Manfio, vice-presidente administrativo da APS.
Aos ganhos que os agricultores terão com a venda de eletricidade, será somada a receita com o comércio de créditos de carbono, pelo chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto. De modo paralelo, o efluente do processo resulta em um biofertilizante rico em nitrogênio, fósforo e potássio, que melhora a produtividade do solo ao mesmo tempo em que diminui a dependência de fertilizantes importados.
“Este projeto é o embrião de uma legítima política pública de desenvolvimento sustentável para o Estado e para o País”, afirma Luiz Antonio Rossafa, diretor de engenharia da Copel. “Ele não apenas melhora a produtividade do solo mas, também, incentiva o cooperativismo entre os produtores, abrindo uma rede de possibilidades de negócios a partir da geração distribuída”.
O aproveitamento dos dejetos de suínos para a geração de energia, em todo o Brasil, poderia alcançar 1 milhão de MWh, o suficiente para atender ao consumo de 4,7 milhões de pessoas. O cálculo é dos pesquisadores José Carlos Libânio, Mauro Márcio Oliveira, Maurício Galinkin e Cícero Bley, autores do livro Agroenergia da Biomassa Residual: perspectivas energéticas, socioeconômicas e ambientais.
fonte: FACESI ONLINE
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