sexta-feira, 6 de junho de 2008

Microalgas também são alternativa aos biocombustíveis

Depois das alfarrobas, o Algarve volta a desenvolver massa crítica quando se trata de encontrar alternativas aos biocombustíveis produzidos a partir dos cereais alimentares. O produto que se segue? As algas!
Esta é, pelo menos, a convicção da Necton, uma empresa sedeada às portas da Ria Formosa que desenvolve o seu ramo de actividade no sector da biotecnologia marinha e se especializou na produção de microalgas.
Formada em 1997, a empresa deu origem à Algafuel, uma spin-off da Neton criada em Janeiro deste ano e que se dedica especificamente à industrialização de biomassa para a produção de biocombustível.
Em declarações à Lusa, o administrador da Necton João Navalho explicou que «a empresa tem actualmente uma unidade de produção que pode atingir as duas toneladas de microalgas ao ano», embora esse valor possa variar em detrimento do tipo de alga.
«A produção é um pouco a pedido e não tem os riscos de vir uma geada e morrer tudo. Trata-se de um processo simples, que demora três a quatro dias, porque não é preciso lavrar a terra novamente», prosseguiu João Navalho, numa alusão às desvantagens dos biocombustíveis produzidos a partir de cereais.
Também em declarações à Lusa, o director-geral da Algafuel Nuno Coelho já evidenciou que «a alga será seguramente uma das soluções ideais, senão a única» quando se tentam encontrar alternativas ao petróleo.
«Faz duas coisas importantes: sequestra o dióxido de carbono (co2), necessário para crescer e, no final, produz ainda o óleo para biodiesel. De outra forma é difícil conjugar estas duas coisas», explicou.
Foi, aliás, com base nesta filosofia que a Galp Energia já formalizou uma parceria com o Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI) e a empresa Algafuel para a constituição de um consórcio que vai desenvolver um projecto de produção de biomassa e biocombustíveis a partir da cultura de microalgas.
A meta é a criação de uma Unidade Protótipo de produção de biomassa de microalgas e óleo vegetal que alie a possibilidade de transformar dióxido de carbono – poluente responsável pelo efeito de estufa – em matéria-prima aplicável na produção de biocombustíveis
O projecto deverá ser instalado na Refinaria de Sines da Galp Energia, prevendo-se que a operação arranque em 2010.
Fonte: Barlavento on line

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