O governo paulista vai comprar 15 mil kits de aquecedores solares para atender às unidades construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de São Paulo. A iniciativa visa reduzir as despesas com energia elétrica e contribuir com a sustentabilidade ambiental nos condomínios residenciais dirigidos à baixa renda. A licitação para a compra foi iniciada na semana passada, por meio de pregão.
A quantidade estimada para aquisição será dividida em seis lotes, por regiões do estado. Os menores preços ficarão registrados em atas, que poderão ser utilizadas por todas as prefeituras conveniadas para a construção de moradias pelo Programa Parceria com Municípios, que tem uma produção média anual de 20 mil unidades habitacionais.
O kit de aquecimento solar para aquecimento da água do chuveiro possui dois componentes básicos: o coletor e o reservatório térmico. O coletor é instalado sobre o telhado e absorve o calor, aquecendo a água que circula em seu interior. A água aquecida é armazenada no reservatório térmico, que varia de tamanho conforme a necessidade de consumo. Os equipamentos deverão ter garantia de pelo menos cinco anos e vida útil de 20 anos.
Eduardo Baldacci, gestor de Eficiência Energética da CDHU, estima uma economia de 30% na conta de luz. "Quando tivermos um volume grande de aquecedores instalados, teremos números mais precisos. Esperamos que, com a economia propiciada por essa tecnologia, a CDHU esteja contribuindo para evitar a instalação de novas usinas, impedindo as inundações e o impacto ambiental causados pelas hidroelétricas, bem como a queima de combustíveis fósseis e a poluição, no caso da termoelétricas", disse.
A CDHU está investindo na produção sustentável com responsabilidade social para assegurar a conservação dos recursos naturais. Segundo João Abukater Neto, diretor técnico da companhia, sustentabilidade é uma meta permanente. "O grande desafio da companhia é tornar essas ações viáveis, alcançando ganhos de escala, reduzindo o custo e incorporando as melhorias de forma sustentável economicamente também", destaca Abukater.
Além da compra dos kits de aquecimento solar, a CDHU assinou protocolos de cooperação com as distribuidoras Bandeirante e CPFL Energia, os quais preveem a doação de 10,8 mil aquecedores solares a serem instalados em conjuntos já entregues pela companhia. As medidas contidas nesses protocolos estão de acordo com o Programa de Eficiência Energética (PEE), previsto na legislação em vigor e nas resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que regulamentam a matéria.
A prática da compra de material em larga escala gera uma economia substancial à CDHU. Em 2008 foram licitados um milhão de metros quadrados de pisos e azulejos, e foi registrada uma ata de preços para compra de estruturas metálicas de cobertura, para substituir a madeira utilizada nos telhados. De acordo com Abukater Neto, a medida é parte de uma nova política implementada pelo estado para a construção de moradias populares e representa uma mudança de paradigma na construção civil. "Com esses pregões, obtemos bons preços, qualidade e agilidade na compra de materiais de construção", defende.
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