O custo da energia solar no Brasil deverá se equiparar ao da energia hidrelétrica em 2017, segundo o presidente da Kyocera Solar, Antonio Granadero. Apesar do preço, que chega a US$ 6 milhões por MW, a expectativa é que o setor apresente um crescimento na implantação de 35% este ano. A tendência é que a partir de 2010, a expansão do setor atinja 50% a.a.
O valor de implantação da fonte ainda é o principal impeditivo para sua expansão, mas a falta de incentivos governamentais e de informações ainda assombra os investidores. “O Brasil não deslancha em energia solar por ignorância”, diz Granadero. Ele explica que a formação das universidades nacionais ainda é de engenheiros 'barrageiros' e que nunca houve uma preocupação de agregar conhecimento em energias alternativas.
“Ele (o governo) se posicionava contrariamente a energia solar e diz que é cara e inviável porque, enquanto diz isso, não precisa fazer nada pra mudar esse panorama”, comenta o executivo. Para ele, a esperança de mudança do quadro está nos 16 projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que tratam da implantação da energia fotovoltaica no Brasil, além da criação da Comissão Especial de Energias Renováveis.
A expectativa de crescimento de Granadero também volta-se para uma utilização maior da energia solar no Programa Luz para Todos. “Hoje o Brasil consome uma média de 2 MW por ano com o programa”, conta. Os usuários da região Norte, por exemplo, têm dificuldade de conexão ao sistema. Para a distribuidora, seria muito mais viável trabalhar com mini redes e sistemas isolados para levar energia para estes clientes.
O diretor da WindSun & Biomass, Luiz Limaverde, também aposta no futuro da fonte. Ele estima os investimentos em US$ 100 bilhões neste ano para energia solar no mundo e US$ 800 bilhões até 2012. “Não precisamos de carvão ou de grandes barragens. Temos alternativas. Por que não utilizá-las?”, questiona.
O executivo argumenta que a ideia de que energia proveniente de fontes hídricas ser mais barata é um tabu. “Ninguém levou em consideração a não utilização das terras inundadas em Itaipu e a emissão de metano com o apodrecimento das raízes das árvores que serão inundadas nas hidrelétricas do rio Madeira”, comenta Limaverde. O gás é 20 vezes mais poluentes do que o CO2.
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