Apesar do potencial do setor de energia eólica, da tendência de uso e da intenção dos governos em regularizar o segmento, ainda há um certo vácuo entre o potencial e a capacidade instalada. O Ceará, assim como Brasil, vive um momento de expectativas. Tanto empresas, como os governos estaduais comungam com o mesmo discurso de cobrar um plano decenal consistente para o setor de geração de energia eólica.
“Um programa de longo prazo com leilões anuais acenaria para o mercado, que pode atrair montadoras de geradores. Se a gente continuar comprando pouco, o custo continua alto”, explica o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Lauro Fiúza. Ele cobra uma política para tornar a indústria nacional competitiva para criar incentivos, e não barreiras para a importação.
O presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antonio Balhmann, diz que existem contratos praticamente concretizados com novas fábricas de equipamento eólico para o Ceará. Falta apenas leilões próprios garantidos anualmente para ser efetivada a vinda de novas empresas.
“Estamos implantando parques eólicos ainda referentes ao 1º leilão. Precisamos de um plano de pelo menos 10 anos”, afirma Balhmann. Mesmo assim, ele destaca que estamos avançando. “Temos que mudar gradualmente. Não era produzido nada no Ceará. Agora já temos uma fábrica de pás e torres produzindo e exportando daqui”, lembra.
O primeiro leilão próprio de energia eólica foi marcado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para o dia 25 de novembro. A portaria nº 147 foi publicada no Diário Oficial da União dia 31/3. Os documentos deverão ter o volume de energia elétrica necessário para atendimento aos seus respectivos mercados a partir de 1º de janeiro de 2012. Segundo o MME, ainda não foi definida a quantidade de energia que será comprada pelo Gonverno.
Outro aspecto que o presidente da Adece destaca é a questão tributária. A busca é por incentivos do Governo Federal. “Há uma incongruência. Se eu importo a máquina toda, eu não pago imposto. Se eu comprar componentes, eu pago”.
Transmissão
Ainda não existe um projeto, há um estudo muito simplista. Mas, tão logo for preciso, o estado do Ceará poderá ter novas linhas de transmissão com subestações coletoras para atender os projetos eólicos que vierem ser instalados aqui. “O linhão vai acontecer a medida que haja uma sistemática de energia eólica”, enfatiza o coordenador de Energia e Comunicação da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Renato Rolim. Ele informa que a idéia já está sendo analisada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). (AJ)
E-MAIS
> A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica) concluiu mês passado um estudo para apresentar os benefícios do setor. Foram contratados especialistas no segmento energético para retirar os “mitos” dos empreendimentos eólicos, conforme o presidente da entidade, Lauro Fiúza;
> A energia eólica representa cerca de 0,4% de participação na geração de energia do País. Em 2014, a perspectiva é de que chegue a 1,4%, segundo comentou a Abeólica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário