Mesmo sem sinalização por parte do governo de um futuro promissor para a energia solar num curto prazo no país, o setor solar demonstrou que está preparado e disposto a investir em novos empreendimentos. De novembro até a terceira semana de dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), confirmou o recebimento de mais de 1,6GW de em projetos fotovoltaicos e termossolares.
“Muitas dessas empresas acreditam que em breve teremos um leilão de energia fotovoltaica no Brasil, apesar da sinalização do governo não ser nada encorajadora. Mesmo assim é importante termos esse movimento para convencer o governo a iniciar o mercado no País”, explicou o diretor do grupo setorial de energia fotovoltaica da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Leônidas Andrade.
Pioneira do setor termossolar no Brasil, e que conta com experiência em diversos projetos fotovoltaicos também foram do País, a Braxenergy conta com dois projetos na demanda dos últimos dois meses, e que somam 43MW, nos Estados da Bahia e São Paulo. Para o CEO da companhia, Hélcio Camarinha, os empresários se aproveitaram do avanço na regulamentação da microgeração, bem como da certificação e a regulação do sistema dos medidores para as plantas de 10 a 30MW.
Outro ponto, levantado pelo empresário para o segmento é a utilização da geração distribuída, podendo ser utilizada como solução para o caso de algumas indústrias na Bahia e no Mato Grosso, que não conseguem ser atendidas pelas distribuidoras locais, e acabam gerando energia térmica a diesel como solução, que tem seu custo por MWh altíssimo. Assim, a fotovoltaica, conseguiria resolver a situação.
“Agora, o que me deixou bastante satisfeito e otimista, é que além dos pedidos de plantas fotovoltaicas, eu também vi pedido de termossolar. A Braxenergy deixou de ser a única empresa a apostar nisso no Brasil, eu estou vendo outros grupos entrarem com projetos e se estabelecerem como produtor independente. Estão usando o sol como fonte, e a tecnologia CSP com torres, parabólicas e com toda tecnologia de que têm direito. Isso é legal porque mostra que também enxergam a viabilidade disso no Brasil”, comentou Camarinha.
Enquanto poucas definições saem sobre o setor, cada empresa busca sua maneira de abrir espaço e conseguir o lugar ao sol. A Bioenergy, por exemplo, inovou ao promover no mês de agosto o primeiro leilão de energia solar no mercado livre de energia. Segundo o presidente da empresa, Sérgio Marques, empresa tem 300MW em projetos fotovoltaicos, com previsão de instalação para os próximos cinco anos.
Na época do leilão, Marques afirmou que “no mercado livre há desafios técnicos, mas nenhum impedimento legal para comercializar” e que a empresa também aguarda leilões solares por parte do governo para colocar o portfólio em construção.
Sobre a novidade, o diretor do GT da Abinee, Leônidas Andrade, acredita que a estratégia da Bioenergy foi bastante agressiva e corajosa, e que é um sinal claro da disposição das empresas para se estabelecerem no mercado.
Fonte: Jornal da Energia 24/12
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